Era uma vez… O projeto de um jardim, ele foi sonhado e planejado de muitas formas, a terra foi bem preparada e adubada, as sementes das árvores frutíferas mais saborosas, as flores mais belas e perfumadas seriam plantadas ali. Os frutos das árvores seriam tão incrivelmente vistosos aos olhos que seria impossível resistir, as flores tão lindas que suas pétalas poderiam ser comparadas ao brilho de pedras preciosas. A grama macia sobre os pés faria ter a sensação de andar sob as nuvens… No centro do jardim, uma grande árvore, rodeada de tulipas, as mais belas, de todas as cores possíveis, criam um ornamento delicado e elegante pelo lugar.
Aquele jardim seria diferente de todos os outros, dele sairia canções, dele sairia textos, dele sairia desenhos, histórias… e nesse jardim haveria amor, um amor tão lindo, puro e profundo como fala em Coríntios 13. Um amor capaz de suportar os traumas, o medo, as perseguições e o tempo.
O encanto daquele jardim seria tão grande que o faria esquecer das tempestades que estavam por vir, tempestades fortes, duradouras, devastadoras, e talvez fatais.
Eu demorei anos pra perceber que esse jardim havia sido construído, demorei pra perceber que o sonho do jardim tinha saído do papel e era real, mas quando eu encontrei o jardim, ele já não tinha o mesmo brilho de antes, os galhos das árvores estavam quebrados, as flores murchas, os frutos estavam caídos no chão, as borboletas não voavam mais ao redor das flores, tudo parecia um cenário triste, que precisava de cuidados, não poderia ser o fim de um jardim tão bonito.
Depois de andar por mais algum tempo pelo que parecia pedaços de um caminho de flores caídas, me perguntei: “De quem era esse jardim?”, “Porque o dono o deixou tão maltratado e abandonado dessa forma?”, continuei caminhando com minha indignação exposta em meu rosto, até que avisto uma pequena casa de madeira, só poderia ser lá que estava o dono, fui até a mesma e ao bater na porta vi que estava aberta, a casa também estava abandonada, mas na sala principal havia um quadro grande com uma pintura, e sobre a mesinha de centro uma escritura, me aproximei, peguei o papel sobre a mesinha e comecei a ler, era a escritura do jardim, e olha lá, tinha o nome do proprietário.
Segurei firme com as duas mão o papel, e frio das palavras escritas ali percorreram meu coração, levantei meu rosto e olhei no quadro a minha frente, foi quando caiu a primeira lágrima dos meus olhos, e todas as lembranças vieram a minha mente de uma única vez
O nome no papel era o meu… O retrato no quadro era uma pintura clara do meu rosto… Aquele jardim era eu… me sentei em uma pequena cadeira ainda olhando para o quadro, e por um segundo o papel escapou das minhas mão caindo no chão, estiquei a mão para pegá-lo e notei que no verso havia algo rabiscado, e dizia assim:
“Ainda há esperança pequena menina, reconstrua o nosso jardim…”
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